1/10/2008


FEBRE AMARELA DEPOIS 66 ANOS

A febre amarela que, no início do século passado, matou a filha do presidente Rodrigues Alves, notabilizou o sanitarista Oswaldo Cruz e rendeu até o Prêmio Nobel de Medicina ao pesquisador que desenvolveu sua vacina, volta a matar no Brasil, onde há 66 anos não ocorria em área urbana. Os casos registrados em Brasília, Goiás e Mato Grosso levam milhares de habitantes daquelas regiões às filas de vacinação. Mais um fantasma a assombrar o nosso país, que é a sexta economia do mundo, mas, por desleixo e falta de comprometimento dos governantes, trata o povo de forma igual ou pior do que qualquer republiqueta atrasada. A doença, endêmica na forma silvestre, não veio à cidade durante décadas porque, nos anos 30, mesmo com todas as dificuldades da época, o Brasil teve competência para eliminar o aedes-aegypt, seu mosquito transmissor. O inseto, no entanto, foi reintroduzido no território nacional nos anos 80, provavelmente dentro de pneus usados, importados para servir à indústria de recape e ao consumidor de baixa renda. Hoje é ameaça permanente, espalhado por 3.600 municípios (inclusive no Rio e São Paulo), e já fez muitos milhares de vítimas com a dengue, em sucessivas epidemias. A febre amarela poderá ser grande problema de saúde publica do nosso país.

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