1/26/2011

A INTERNET NO BRASIL ESTÁ COMEMORANDO 15 ANOS.

SAÍMOS DE UM PAÍS QUE FAZIA SITES BÁSICOS E CRIATIVOS E BANNERS ORIGINAIS PARA UM MERCADO QUE HOJE LANÇA CAMPANHAS.

O INTERNAUTA BRASILEIRO É O QUE MAIS NAVEGA NO MUNDO. É O SEGUNDO EM VOLUME E ACESSO A BLOGS.

SOMOS O MAIOR MERCADO INTERNACIONAL DA REDE ORKUT E ESTAMOS ENTRE OS QUE MAIS CRESCEM NO ÂMBITO DO FACEBOOK E DO TWITTER.

15 ANOS DE INTERNET

A internet no Brasil está comemorando 15 anos. Nasceu em 1995, quando a iniciativa privada teve acesso aos meios da rede que, até então, estavam sob o domínio exclusivo do Estado. Cinco anos depois, surgiram os grandes portais brasileiros. Em 2002, com a abertura do mercado de telecom, o acesso à internet cresceu e se sofisticou. O e-commerce ganhou a confiança do consumidor on line e, a partir de 2005, com a chegada dos serviços de banda larga, houve a expansão das redes sociais no país - Orkut em 2004, Youtube em 2006, Facebook em 2008 e Twitter em 2009. Quem nos conta tudo isso é Pyr Marcondes, editor da revista Proxxima, que acaba de publicar uma edição especial dedicada ao meio digital.

LEMBRANÇAS

Esta história tão breve quanto intensa me fez voltar no tempo e relembrar a criação da GabineteC. Em 1991, ela nasceu totalmente informatizada. Tínhamos computadores e softwares para criar layout, mas ainda usávamos o sistema de cópia em disquete e fotolitos para levar os anúncios até os jornais e revistas. Não sei precisar ao certo quando o Correio Braziliense passou a receber os anúncios on line. Mas lembro com clareza das primeiras reuniões entre a agência e o jornal para ajustarmos os procedimentos. Lembro ainda que o primeiro site que produzi data de 1998. Era um portal das empresas PaulOOctavio. Ele abria com uma panorâmica da cidade, vista da Torre de TV e mostrava Brasília em 150 graus. A foto tinha um efeito especial que permitia ao internauta vê-la, de dia ou de noite, conforme a hora em que ele acessasse o site. Um efeito considerado espetacular.

PRÁTICOS E FUNCIONAIS

Hoje, os sites já não encantam tanto. Têm que ser práticos e funcionais. Servem como um portifólio das empresas e significam muito pouco diante de tudo o que a web pode oferecer ao mundo dos negócios. Sobre o assunto, a revista Proxxima de novembro/ dezembro trouxe um amplo retrato do universo web no Brasil. Em seu editorial, Pyr Marcondes nos informa: “(…) o internauta brasileiro é o que mais navega no mundo. É o segundo em volume e acesso a blogs. Somos o maior mercado internacional da rede Orkut e estamos entre os que mais crescem no âmbito do Facebook e do Twitter. Nosso parque instalado de celulares é um dos maiores do mundo também. Somos a nona maior população web do planeta, o maior da América Latina, comparativamente a países de economia mais avançada que a nossa”.

MERCADO

O editor da revista Proxxima conta ainda que do ponto de vista das soluções de marketing e dos projetos de comunicação digital, estamos igualmente evoluindo. Ele diz que “(…) saímos de um país que fazia sites básicos e criativos e banners originais para um mercado que hoje lança campanhas com um conjunto cada vez mais variado de opções, plataformas e formatos diferenciados, tudo integrado e funcionando de modo a otimizar resultados. Com a vantagem da mensuração igualmente cada vez mais sofisticada e precisa”.

NÚMEROS

Dados da Mckinsey & Company mostram que os brasileiros constituem um universo de 70 milhões de usuários da internet e o Brasil está no topo do ranking mundial de penetração de redes sociais (85%, contra 70% dos EUA) sendo o país mais relevante para o Twitter. Pesquisa do Comscore mostra que o Brasil visualiza mais páginas na internet do que a Itália e a Holanda juntas. Em casa ou no trabalho, foram visitadas 80 bilhões de páginas somente em julho desse ano. O Comscore informa ainda que, em todo o mundo, foram 2,8 trilhões de page views. No topo do ranking de visualização estão a China (408 bilhões) e os EUA (556 bilhões).

INTERNAUTAS

Para o Ibope, o total de pessoas com acesso à rede em casa ou no trabalho chegou a 51,8 milhões, das quais 41,6 milhões são consideradas usuárias ativas. O instituto identificou também os demais locais de acesso à internet. São, aproximadamente, 19 milhões de pessoas que acessam à rede através das escolas, lan houses, bibliotecas e telecentros.

MENSAGENS

Mas, afinal, que tipo de mensagem estas milhões de pessoas aceitam quando estão navegando na internet? Quem responde a esta pergunta é o instituto Ipsos, que testou internautas frequentadores de uma vasta rede de canais. O objetivo era demonstrar a eficácia de uma mensagem e identificar seus atributos no que diz respeito à interatividade, adequação, credibilidade e relevância para os diversos usos dos canais on line.

INTERESSES

O resultado é um mapa dos interesses dos internautas e ficou assim classificado: em primeiro lugar, com 35% das respostas, está o envolvimento intenso com as redes sociais; o segundo lugar, com 33%, coube à orientação para compra (preço, modelo, informação técnica); o terceiro colocado, com 17%, foi a categoria relacionamento profissional (carreira, eventos do mercado); em seguida, com 8% de preferência, vieram as informações sobre eventos, entretenimento, notícias de celebridade e causas da comunidade; finalmente, com 7% de interesse, os internautas declaram aceitar recebimento de newsletter, promoção de marcas e produtos.

EVOLUÇÃO

Como diz Pyr Marcondes: “(…) evoluímos de um mercado digital limitado, tímido e seguidor; sem infraestrutura e com carências básicas de tecnologia, serviços e conhecimento para um dos mercados digitais mais maduros do mundo, em qualquer um desses requisitos e indicadores”. De fato, os 15 anos da internet no Brasil demonstram que já caminhamos muito, mas ainda temos uma vasta banda larga para ampliar e dois terços dos brasileiros para inserir no mundo digital.

1/24/2011

Obesidade Mental

Obesidade Mental


Por João César das Neves

O prof. Andrew Oitke, catedrático de Antropologia em Harvard, publicou em 2001 o seu polêmico livro “Mental Obesity”, que revolucionou os campos da educação, jornalismo e relações sociais em geral.Nessa obra introduziu o conceito em epígrafe para descrever o que considerava o pior problema da sociedade moderna. Há apenas algumas décadas, a Humanidade tomou consciência dos perigos do excesso de gordura física decorrente de uma alimentação desregrada. É hora de refletir sobre os nossos abusos no campo da informação e do conhecimento, que parecem estar dando origem a problemas tão ou mais sérios do que a barriga proeminente. ”Segundo o autor, “a nossa sociedade está mais sobrecarregada de preconceitos do que de proteínas; e mais intoxicada de lugares-comuns do que de hidratos de carbono.

As pessoas se viciaram em estereótipos, em juízos apressados, em ensinamentos tacanhos e em condenações precipitadas. Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada. ”“Os ‘cozinheiros’ desta magna “fast food” intelectual são os jornalistas, os articulistas, os editorialistas, os romancistas, os falsos filósofos, os autores de telenovelas e mais uma infinidade de outros chamados ‘profissionais da informação’”.

“Os telejornais e telenovelas estão se transformando nos hamburgers do espírito. As revistas de variedades e os livros de venda fácil são os “donuts” da imaginação. Os filmes se transformaram na pizza da sensatez.”

“O problema central está na família e na escola. ”

“Qualquer pai responsável sabe que os seus filhos ficarão doentes se abusarem dos doces e chocolates. Não se entende, então, como aceitam que a dieta mental das crianças seja composta por desenhos animados, por videojogos que se aperfeiçoam em estimular a violência e por telenovelas que exploram, desmesuradamente, a sexualidade, estimulando, cada vez com maior ênfase, a desagregação familiar, a permissividade e, não raro, a promiscuidade. Com uma ‘alimentação intelectual’ tão carregada de adrenalina, romance, violência e emoção, é possível supor que esses jovens jamais conseguirão viver uma vida saudável e regular”.

Um dos capítulos mais polêmicos e contundentes da obra, intitulado “Os abutres”, afirma:

“O jornalista alimenta-se, hoje, quase que exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, e de restos mortais das realizações humanas. A imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e manipular.”O texto descreve como os “jornalistas e comunicadores em geral se desinteressam da realidade fervilhante, para se centrarem apenas no lado polêmico e chocante”.“Só a parte morta e apodrecida ou distorcida da realidade é que chega aos jornais.”

“O conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades. Todos sabem que Kennedy foi assassinado, mas não sabem quem foi Kennedy. Todos dizem que a Capela Sistina tem teto, mas ninguém suspeita para quê ela serve. Todos acham mais cômodo acreditar que Saddam é o mau e Mandella é o bom, mas ninguém se preocupa em questionar o que lhes é empurrado goela abaixo como “informação”.

Todos conhecem que Pitágoras tem um teorema, mas ignoram o que é um “cateto.”

“Não admira que, no meio da prosperidade e da abundância, as grandes realizações do espírito humano estejam em decadência. A família é contestada, a tradição esquecida, a religião abandonada, a cultura banalizou-se e o folclore virou “mico”. A arte é fútil, paradoxal ou doentia. Floresce, entretanto, a pornografia, o cabotinismo (aquele que se elogia), a imitação, a sensaboria (sem sabor) e o egoísmo.

Não se trata nem de uma era em decadência, nem de uma ‘idade das trevas’ e nem do fim da civilização, como tantos apregoam. ”

“Trata-se, na realidade, de uma questão de obesidade que vem sendo induzida, sutilmente, no espírito e na mente humana. O homem moderno está adiposo no raciocínio, nos gostos e nos sentimentos. O mundo não precisa de reformas, desenvolvimento, progressos. Precisa sobretudo de dieta mental.”


1/16/2011

Todas as áreas de topografia suave podem ser consideradas seguras?

Colegas geotécnicos (geólogos de engenharia e engenheiros geotécnicos) e de demais especialidades implicadas:

Essas últimas tragédias têm nos chamado a atenção sobre a importância em termos mais cuidado em definir como geotecnicamente estáveis certas feições de relevo de topografia mais suave junto ao sopé de nossas regiões serranas tropicais.

Há duas situações típicas de áreas de topografia suave situadas nas bordas das serras:

a) áreas imediatamente situadas ao final das encostas de alta declividade, iniciando-se a partir da ruptura de declive negativa da encosta. Essas áreas estão sujeitas a serem atingidas pelos escorregamentos da encosta contígua. Isso define que nessas condições a ocupação urbana deverá observar uma “faixa de segurança geotécnica” de em torno de 40 metros, contados a partir da base da encosta. Faixa idêntica deverá ser observada pela ocupação dos platôs mais planos superiores das encostas. As fotos abaixo (as duas primeiras de Nova Friburgo, a terceira, de Teresópolis) são ilustrativas.

b) áreas situadas à frente da “boca” de vales que demandam do alto da serra. São áreas de topografia suave, mas que estão sobre leques de deposição de detritos (solo, blocos de rocha, restos vegetais) formados e originados de pretéritas corridas de lama e detritos. Ou não se ocupa essas áreas, reservando-as para parques florestados, ou se libera a ocupação mediante a execução de avantajadas obras (diques de impacto e desvio) de contenção e proteção. Dado o fantástico poder destrutivo de uma corrida de lama e detritos, essa última opção deve ser vista com enorme cuidado. Revejam a foto ilustrativa, a da igrejinha. Pode-se dizer que esse é um flagrante geológico da formação de mais uma camada do leque de deposição já preteritamente existente no local.

Se vocês analisarem os leques de deposição ao sopé da Serra do Mar, especialmente frente à boca dos grandes vales que descem lá do alto da escarpa, terão uma pálida idéia do que foi e é a dinâmica geológico-geomorfológicos dessa nossa belíssima região.

Há cerca de 60 milhões de anos, no início do Terciário, a escarpa (proto-Serra do Mar) estava a cerca de 50 Km à frente da atual linha do litoral sudeste. Sabem como ela chegou até a atual posição? À custa de muito escorregamento, muita corrida de detritos, muita erosão. Essa é nossa querida Serra do Mar, com sua história, suas leis, seus ritmos, seu calendário próprio, suas idiossincrasias…

Algumas das áreas planas que são dadas hoje como ótimas de se ocupar estão sobre esses leques. Compostos em profundidade por muita areia, blocos de rocha e, às vezes, até antigos troncos de árvores. Eles são a natureza nos dizendo: tomem cuidado, aqui tem passado a rota de muita corrida de detritos. A grande dificuldade de compreensão dessas coisas decorre dos diferentes calendários por que se orientam e se comportam o homem moderno e a natureza geológica. “Ahh…, mas minha família conhece isso aqui há mais de 100 anos e nunca aconteceu coisa parecida…”. O que são 100 aninhos para a Mãe Terra?

É possível que com o histórico das chuvas que caíram na região serrana nobre do Rio houvesse um grande evento natural de escorregamentos e corridas, mesmo sem a intervenção do homem. Como em 1967 aconteceu em Caraguatatuba e Serra das Araras. O homem potencializa e transforma, por sua presença, esses eventos em tragédias, como essa que estamos assistindo. De tantos em tantos anos, sabemos lá quantos, há a probabilidade de ocorrência de trombas d’água concentradas como essas. Não há nada de novo no quartel geológico de Abrantes.

Pode-se então perguntar, vamos tirar Teresópolis, Nova Friburgo e outras cidades serranas do lugar e botar em outro? Em parte sim, aliás já propus aos amigos locais pensar em extensão urbana que seria a Nova Nova Friburgo. Mas o essencial é organizar essas cidades espacialmente e em procedimentos de defesa civil em função exata do meio físico que elas ocupam.

Nada de culpar a Natureza, com suas encostas e suas chuvas. Ao menos nós, geólogos, não podemos proporcionar essa saída para a irresponsabilidade geral com que se lida com o meio físico geológico. Temos que dar um passo adiante, sermos mais ousados em nosso papel de profissionais compromissados com a boa técnica e com os interesses da sociedade brasileira.

Grande abraço aos amigos e companheiros de jornada,

Geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos
ARS Geologia Ltda
São Paulo – SP

1/15/2011

Dinheiro das enchentes foi para Fundação Roberto Marinho




Extraída do Blog do Garotinho(Dep.Federal Eleito e Ex Governador do Rio de Janeiro)

Numa hora dessas o mais importante é a solidariedade. Não é hora de fazer política. Mas também é uma indignidade usar de hipocrisia, como fazem os veículos das Organizações Globo.A capa de O Globo mostra a demagogia numa hora dessas. Cobra das autoridades federais verbas para a prevenção de tragédias, para a contenção de encostas. Essa cobrança mereceria os meus aplausos se fosse pra valer.Mas não dá pra esconder, que em outubro do ano passado, o governador Sérgio Cabral desviou R$ 24 milhões do FECAM (Fundo Estadual de Conservação do Meio Ambiente), para a contenção de encostas e obras de drenagem e deu para a Fundação Roberto Marinho, conforme poderão relembrar, na reprodução abaixo. Eu fiz a denúncia no blog, no dia 20 de outubro de 2010 e não saiu uma linha na imprensa.Então não venham de hipocrisia. Os mesmos veículos das Organizações Globo que estão cobrando investimentos públicos – o que é emergencial, é claro – escondem que a fundação dos seus patrões, a família Marinho pegou R$ 24 milhões, dados por Cabral, que era para terem sido usados na prevenção de enchentes e contenção de encostas. É tudo lastimável.


Selo do Lula


A Empresa Brasileira de Correios (ECT) colocou em circulação no dia 1º de janeiro deste ano um selo, de tiragem limitada com 900 mil exemplares, em homenagem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O selo tem valor facial de R$ 2,00 e também é vendido na loja virtual dos Correios.Segundo a Norma 500/05 do Ministério das Comunicações, entre os critérios para emissão de selo alusivo a pessoas vivas se enquadra homenagem a chefes de Estado, atletas que obtiveram a 1ª colocação em Jogos Olímpicos e ganhadores do prêmio Nobel.O selo apresenta a foto oficial do segundo mandato do ex-presidente Lula nos jardins do Palácio da Alvorada. Em segundo plano, a imagem apresenta os arcos do Palácio da Alvorada, moradia oficial do Presidente da República.


1/13/2011

O aviso das águas

O aviso das águas

“ Só depois que a ultima árvore for derrubada, o ultimo rio for envenenado, vocês irão perceber que dinheiro não se come”. Cacique Seatlle em carta enviada ao governo dos EUA em 1855.

Os últimos verões têm sido marcados por tragédias conseqüentes das variações climáticas em diferentes lugares do Brasil. Em metrópoles como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte ou em cidades do interior, as enchentes tornaram-se uma ameaça recorrente. O oposto, porém, ocorre em lugares como o Rio Grande do Sul que, em plena estação das águas, enfrenta o flagelo da seca, mudando as características de regiões inteiras. O que vivemos hoje é conseqüência do que “plantamos”, do modelo de produção de riquezas que desenvolvemos.

Poderíamos dar vários exemplos no mundo, onde nevascas intensas, enchentes e secas geram desastres para a humanidade comparados às destruições típicas das grandes guerras.

O destempero climático é uma reação do planeta às agressões humanas à natureza. Nos últimos anos, muito se tem falado sobre os grandes temas desse início de século: globalização, avanço genético, democratização das comunicações, novas tecnologias. São temas cujo debate é necessário para definir o futuro da humanidade. Entretanto, o momento é crucial para uma reflexão profunda a respeito do que consideramos riqueza e qual o modelo de sua produção e distribuição.

A modernização do sistema produtivo internacional, com a absorção das tecnologias, mostrou ao mundo um processo civilizatório perverso. Ao mesmo tempo em que fez crescer a exploração dos recursos naturais e a produção de riquezas, produziu rendimentos baixos para a maioria dos trabalhadores, precarização das condições de trabalho, aumento da violência. Outra conseqüência devastadora foi a completa desorganização do clima no planeta.

O desafio do século XXI é romper com o modelo de desenvolvimento inspirado pela revolução industrial ocorrida na 2ª metade do século XVIII. Uma cultura de produção de riquezas e de consumo que lida com a natureza como se os seus recursos fossem inesgotáveis. A mesma cultura que transformou os espaços urbanos em objeto da ganância ou da materialização da exclusão social expressa nas moradias precárias. A lógica de produção e acúmulo de riquezas transformou os grandes centros urbanos em cenário de exclusão, destruição e mortes.

As enchentes são consequência da ocupação destrutiva dos espaços urbanos verificada há décadas com a complacência das autoridades. A desorganização do clima resulta de mais de um século de um modelo de produção e distribuição de riquezas que só deteriorou os recursos naturais. Pagamos hoje o preço, tanto desse modelo de desenvolvimento urbano arcaico, como de um modelo de desenvolvimento que trata os recursos naturais como objeto de lucro, em que o resultado é o acúmulo de riquezas por poucos e a distribuição da miséria entre muitos.

O desenvolvimento urbano desorganizado permite a ocupação indevida das áreas próximas aos mananciais, sem projetos apropriados de drenagem. É vital mudar a lógica dos investidores urbanos de elaboração de projetos voltados exclusivamente ao retorno financeiro, favorecidos, em muitos casos, pelo Poder Público, em uma relação de compadrio que não representa os interesses da maioria da sociedade.

O desenvolvimento equilibrado passa por um modelo de produção de riquezas que seja sustentável, o que é impossível de acontecer se não tivermos um modelo de desenvolvimento urbano que olhe para o futuro e não para a ganância do presente.

Em Araraquara, as enchentes são problemas pontuais. No geral, a cidade pode se considerar em boas condições para atravessar a temporada das águas, pois conta com um bom sistema de drenagem urbana e não sofre com ocupações irregulares de áreas de mananciais. Mas também temos que nos preocupar com o processo de impermeabilização do solo, principalmente nas proximidades dos mananciais. Com o adensamento populacional em regiões próximas aos mananciais, e a consequente impermeabilização do solo, não há projeto de drenagem que consiga escoar em tempo hábil as águas pluviais.

A condição da cidade é conseqüência de medidas adotadas ao longo dos anos pelas administrações municipais. Em nosso governo elaboramos um Plano Diretor amplamente debatido com a sociedade, que exige dos investidores imobiliários toda a infraestrutura incluindo galerias para escoamento das águas das chuvas e preocupação com os mananciais. O Plano Diretor foi considerado por alguns segmentos muito rigoroso, mas é preferível o rigor da lei que impeça a ocupação desordenada, a ver Araraquara se transformar em cenário de tragédias. É preciso ter em mente que as medidas tomadas hoje serão "pagas" pelas gerações futuras.

Edinho Silva :

Foi prefeito de Araraquara (2001-2008), deputado estadual eleito e presidente do PT do estado de São Paulo

1/12/2011

São Paulo debaixo da Agua


A Conversa Amplificada reproduz excelente texto do Blog do Nassif, enviado pelo Stanley Burburinho, o reparador de iniquidades:

O papel da imprensa nas enchentes de SP

Do Festival de Besteiras da Imprensa

A imprensa é co-responsável pelos alagamentos em São Paulo

Digo e repito: o papel da chuva é chover, do governador e dos prefeitos fazer obras de drenagem e macro-drenagem e da imprensa é denunciar as omissões governamentais sejam tucanos ou não os seus mandatários.

Pois bem, todos os alagamentos, inundações e transbordamentos de rios, no Estado de São Paulo, e especialmente na capital e arredores, são decorrência dos ridículos investimentos realizados em drenagem e macro-drenagem, pelos sucessivos governos tucanos e do DEM (prefeitura da capital).

Se esses governantes fossem do PT, as denúncias seriam diárias – como ocorreu com a Marta Suplicy. Nessa ocasião, a imprensa não falava que a chuva provocara inundações. Ela denunciava a prefeitura pela não realização da obra A ou B e martelava nisso o tempo todo.

Ao contrário, durante todo o período de governos tucanos, a imprensa só sabe repetir que a culpa de todos os alagamentos e inundações é da chuva. É só ver as manchetes e submanchetes diárias, nesse período do ano.

A imprensa deveria saber que existe um Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia Hidrográfica do Rio Tietê, que completou 12 anos em dezembro de 2010.

A imprensa deveria colocar dois ou três bons jornalistas para escarafunchar esse Plano Diretor e ir atrás de informações sobre o estágio atual da sua implementação.

Os projetos futuros do plano diretor, na imagem abaixo, deveriam ser exaustivamente pesquisados.

Como estou certo de que encontrará muita omissão dos governo tucanos, a imprensa deveria denunciar o governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura da capital, levando a opinião pública a pressionar esses governos, parlamentares e entidades da sociedade civil para que as obras necessárias sejam realizadas sem mais protelação.

Mas como a imprensa fará isso se parte dela está comprometida até a medula com os sucessivos governos tucanos e do DEM?

Como eu acho que as Organizações Serra (Globo, Folha, Estadão e Veja, entre outros) não cumprirá o seu papel institucional, então continuaremos com o “reme-reme” de que a chuva – Deus – é a responsável pelo inferno em que é transformada a capital e municípios da Região Metropolitana de São Paulo.

Como exemplo de omissão, ainda hoje (11/1/11), a imprensa está evitando publicar imagens das inundações em São Paulo. Eles fazem de tudo para maquiar a realidade que pode desgastar os governos tucanos e do DEM.

Não bastasse o apagão diário do trânsito de São Paulo, que também é tratado como algo em que não há responsabilidade alguma da prefeitura da capital e do governo estadual.

Enquanto isso, a parte do eleitorado que não votou nem nos tucanos nem no Kassab terá que “comer o pão que o diabo amassou com os pés”, sendo castigada por algo sobre o qual não teve qualquer responsabilidade…


1/11/2011

Dilma Rousseff passou seu primeiro fim de semana depois da posse com a família na Granja do Torto.


Diferente das primeiras semanas de Lula quando várias pessoas ficavam na portaria do Alvorada, no sábado e no domingo, esperando para vê-lo, apenas uma mulher foi levar uma carta e mangas para a presidente.A servidora pública Maria Goretti Carvalho, 46, que disse ser admiradora de Dilma, foi até o local em seu próprio carro. A carta e uma caixa de mangas maduras foram entregues aos seguranças na tarde de domingo.Na carta, Goretti afirma ser natural do Tocantins e lembra que, ainda criança, via cartazes pregados nos postes de sua cidade com a foto de militantes de esquerda procurados pelo Exército por atuarem na Guerrilha do Araguaia.Dilma passou o fim de semana sem compromissos oficiais. Não saiu de casa, e teve a companhia da mãe, Dilma Jane, de sua filha, Paula e do neto Gabriel.A presidente fez uma rápida caminhada, na manhã de ontem, acompanhada de dois seguranças. Vestia calça legging e camiseta pretas, boné branco e óculos escuros. A Granja do Torto é uma residência provisória, até Dilma se mudar para o Palácio do Alvorada.

1/09/2011

Jogada de Gênio

Ótimo filme que conta a historia de um professor universitário, pai de seis filhos, pobre e gênio... Um um longa-metragem corajoso, baseado em fatos reais, onde revela a trajetória de Robert Kearns (1927-2005), o inventor do limpador de pára-brisas intermitente que dedicou anos de sua vida para provar que ele foi o criador deste equipamento que hoje é usado por todos os carros do mundo. Nos vários anos da sua luta contra uma das maiores empresas automobilísticas, foi internado com distúrbios mentais e posteriormente a esposa o largou. Recuperado, continuou sua batalha por mais vários anos para provar nos tribunais que o seu invento foi roubado, sem ganhar um tostão pelos direitos autorais. Numa batalha quase interminável, já com os cabelos grisalhos, Robert venceu a batalha, faturando cerca de US$ 30.000.000 de indenização, um verdadeiro sonho americano, mas que lhe custou perdas e muitos desafios. No início desta crítica, digo que o longa é corajoso, além de escancarar o que algumas grandes empresas são capazes de fazer usando o seu poder, algo completamente desnecessário. Ainda digo que a história de Robert Kearns é inspiradora; um batalhador, um gênio que poucos conhecem, apesar de vermos todos os dias em nossos carros e nas ruas, destacando em dias chuvosos, o seu maior invento: o limpador de pára-brisas intermitente. Sim, ele não criou o pára-brisas, pois antes da década de 60, ele já existia, mas era manual, tendo que acionar um botão constantemente para que funcionasse. Robert fez com que o equipamento fosse automático, além de agregar uma variação de tempo conforme a intensidade da chuva; um temporizador. Se quer ver um filme de enredo com conteúdo e inteligente corra até a locadora,vale a pena.

1/08/2011

ANOS 80

Me deu uma saudade dos tempos da adolescência,das bandas de Pop-Rock que embalavam as festinhas e bailinhos na casa de amigos que até hoje tem suas letras gravadas neste sentimento de saudade.Que bom olhar para traz e ver quanta coisa boa passamos,que geração feliz e saudavél despretensiosa. Contemporâneos dos anos 8O sabem do que falo, era uma época criativa e inteligente.Onde a musica encantava e embalava nossos sonhos de adolescentes todos nós vivemos esta historia em uma festa que durou 10 anos, velhos tempos belos tempos.Uma época mágica que ninguém tinha vergonha de amar,de expressar sentimentos, em homenagem aos anos 80 em que guardo na memória muita da minha historia coloco aqui no Blog 2 videos do fantástico Radio Taxi musicas que me remetem a momentos maravilhosos.

Radio Taxi - Um Amor de Verão

Radio Taxi / Coisas de Casal








1/07/2011

Pode um negocio destes...

Internet muda a vida de um homem

O vídeo no qual Ted Williams expõe seu talento para um repórter do jornal local de Ohio já registrava quase 9 milhões de acessos até esta quinta-feira, e era reproduzido em sites de notícias, blogs e comunidades sociais ao redor do mundo."Quando você escuta só o melhor dos velhos tempos, você escuta a rádio Magic 98.9", diz Williams para a câmera amadora do repórter Doral Chenoweth III, do jornal The Columbus Dispatch, que lhe havia pedido para "dizer algo com essa sua grande voz de rádio".O repórter dá ao sem-teto uma contribuição pela palinha e Williams, agradecido, emenda uma nova demonstração."Muito obrigado. Deus o abençoe. Obrigado. Voltamos com mais, logo após essas palavras. E não esqueça, amanhã de manhã é a sua chance de ganhar um par de entradas para ver este homem em show, ao vivo", diz.A história do sem-teto que até esta semana pedia um dólar em troca de algumas palavras ditas em voz de "seda" virou sensação nos Estados Unidos. No vídeo original, o ex-mendigo expõe o cartaz no qual dizia ter "uma voz presenteada por Deus" e agradecia por "qualquer ajuda.

1/06/2011

Novo Congresso assume nos EUA; oposição passa a controlar Câmara

Republicanos agora controlam a Câmara pela 1ª vez em quatro anos Um novo Congresso dos Estados Unidos tomou posse nesta quarta-feira, cerca de dois meses depois de o presidente Barack Obama ter sofrido uma importante derrota nas urnas, perdendo a maioria na Câmara dos Representantes (deputados federais).Esta será a primeira vez em mais de quatro anos que os oposicionistas do Partido Republicano assumem o controle da Câmara. No Senado, os democratas, do partido de Obama, mantêm uma maioria apertada.Nesta 112ª legislatura em Washington, a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi, passou o cargo para John Boehner, um republicano do Estado americano de Ohio.A posse dos novos parlamentares sinaliza um período de dificuldades para Obama no Congresso, já que os republicanos saíram fortalecidos das últimas eleições e prometem prejudicar propostas de reforma defendidas pelo presidente.Já próxima semana, os republicanos pretendem lançar o que está sendo visto como uma medida simbólica para reverter a reforma do sistema de saúde dos Estados Unidos, considerada uma das principais mudanças implementadas pelo governo Obama desde a posse do presidente, em 2009.A expectativa é de que a mudança seja aprovada na Câmara dos Representantes, mas não no Senado.Os líderes republicanos também prometerem reduzir os gastos do governo em até US$ 100 bilhões, modificar as leis tributárias, apertar o cerco contra imigrantes ilegais e investigar atos do governo.

1/03/2011

Criador Wikileaks pode usar Brasil como base

O criador do site WikiLeaks, Julian Assange, disse que pode usar o Brasil como base de suas operações em 2011 e que não descartaria a possibilidade de ir ao Brasil se uma oferta de asilo fosse feita. "O Brasil seria um bom lugar para instalar algumas de nossas operações. É um país grande o suficiente para ser independente da pressão dos EUA, tem força econômica e militar suficiente para fazer isso. E não é um país como China e Rússia, que não são tão tolerantes com a liberdade de imprensa", disse a O Estado de S. Paulo.Segundo Assange, Lula foi corajoso ao declarar apoio a ele.

O australiano disse ainda que a presidente eleita Dilma Rousseff deve "tomar cuidado em relação aos EUA". Assange disse que um material ainda mais explosivo está por surgir em 2011 em relação aos EUA. Em entrevista à rede de televisão Al Jazeera, ele afirmou que o WikiLeaks publicará 3,7 mil documentos "que não foram divulgados e são polêmicos" sobre Israel.

Parlamentares esperam reforma política em 2011

Deputados e senadores que acompanharam posse de Dilma veem cenário favorável para aprovação de reforma, mas estabelecem primeiro ano de mandato como prazo limite. Veja quais as expectativas de aliados e oposicionistas em relação ao novo governo

Em discurso no Congresso, Dilma sinalizou com apoio às reformas política e tributária
Edson Sardinha e Mário Coelho

Primeiro, foi o ex-presidente Lula. Em outubro, ele disse que assim que deixasse a Presidência iria se empenhar na aprovação de uma reforma política. Ontem (1º), foi a vez de sua sucessora. Em seu primeiro discurso como presidenta, Dilma Rousseff defendeu mudanças profundas no processo eleitoral. "Na política, é tarefa indeclinável e urgente uma reforma com mudanças na legislação para fazer avançar nossa jovem democracia, fortalecer o sentido programático dos partidos e aperfeiçoar as instituições, restaurando valores e dando mais transparência ao conjunto da atividade pública." Declarações assim mostram que, após oito anos de idas e vindas, a reforma política começa a ganhar corpo no Congresso. Esse é o sentimento revelado pela maioria de 11 parlamentares, três deles recém-eleitos, ouvidos pelo Congresso em Foco que acompanharam a cerimônia de posse de Dilma.

Para a maioria deles, levar adiante as reformas política e tributária logo no primeiro ano de mandato será o maior desafio da nova presidenta. Caso não tenha sucesso nessa tarefa já no primeiro ano de governo, Dilma dificilmente conseguirá evitar que as duas propostas tenham o mesmo destino que tiveram no governo Lula, ou seja, repousar nas gavetas do Congresso. A reforma política que sairá ainda é uma incógnita: voto distrital, financiamento público de campanha, voto em lista pré-ordenada, fidelidade partidária e fim das coligações nas eleições proporcionais são alguns dos temas a serem discutidos.

Mas as reformas não serão os únicos desafios de Dilma, na avaliação dos quatro oposicionistas e oito governistas ouvidos pelo site. Entre as grandes barreiras a serem transpostas pela presidenta logo no início de seu governo, estão: estabelecer uma forma própria de diálogo com o Congresso, evitar uma eventual fissura de sua base de apoio, superar a falta de carisma em relação a Lula, manter a estabilidade econômica, investir em infraestrutura, combater a corrupção e reduzir os gastos públicos. Veja o que os parlamentares esperam do governo de Dilma Rousseff e de 2011:

Luiza Erundina (PSB-SP), deputada reeleita
"A relação do Executivo com o Legislativo e os partidos tem de ser mais transparente. Tem de haver agora um investimento grande na reforma política. Muitos problemas enfrentados recentemente se devem ao esgotamento dos partidos políticos. A relação do governo com os partidos não é boa. Os partidos perderam identidade. Uma democracia forte pressupõe partidos fortes, mesmo aqueles que são da base do governo. O partido do governo não pode abrir mão de ter projeto próprio. Senão, daqui a quatro anos, será apenas uma força auxiliar do Executivo. O Legislativo precisa avançar para uma reforma política que surja de um pacto com a sociedade."

Demóstenes Torres (DEM-GO), senador reeleito
"Dilma terá o grande desafio de manter essa composição com todos os partidos que a apoiaram na eleição. Ao que parece, esse leque partidário da situação sofre fissuras. Com a composição ministerial que ela fez, muitos partidos estão desagradados. Ela precisa fazer as reformas tributária e política, que ela quer e que nós queremos fazer logo de cara, porque o momento que ela tem prestígio é este, depois ela vai ser cobrada, inclusive pelos próprios aliados. Acho que ela terá muitas dificuldades na conversação com aliados e oposição. Ao que tudo indica, essa composição feita não tem muito para ser mantida."

Gleisi Hoffmann (PT-PR), senadora eleita
"Quem vai puxar a reforma política será o ex-presidente Lula. A iniciativa não vai partir da presidenta Dilma. Ela apoia, quer que faça, mas isso é uma ação do Congresso Nacional. Nós temos de dar conta de fazer a reforma política. Se não dermos conta de fazer início no início desta legislatura, cabe a nós convocarmos um plebiscito para uma constituinte exclusiva revisora, como Lula havia dito. Acredito que essa possibilidade seja a mais viável. O PT é favorável a isso. Mas vai depender do Congresso, isso não é de competência do Executivo. Não adianta o governo ter maioria." "O grande desafio de Dilma no primeiro ano será mostrar seu perfil e forma de governar. Não digo dissociar-se do governo do presidente Lula porque ela é uma continuidade. Mas mostrar quem ela de fato é, a personalidade que ela tem, a forma de tocar as coisas. Isso vai ser importante para o Brasil e para ela também. O segundo será manter a estabilidade econômica. A gente aproveitar e fazer com que esse ciclo virtuoso continue. Em nenhuma hipótese podemos afrouxar para voltar a inflação e tampouco pesar a mão na questão dos juros, o que pode frear nosso desenvolvimento econômico. Tenho certeza de que a presidente Dilma terá equilíbrio para resolver isso."

Valdir Raupp (PMDB-RO), senador reeleito e novo presidente do PMDB
"O principal desafio de Dilma será continuar as políticas públicas e o crescimento econômico que o presidente Lula proporcionou. Dificilmente esse crescimento continuará em 2011 por causa da falta de infraestrutura. Para retomar o crescimento, ela terá de acelerar os investimentos em infraestrutura. Pelo menos não temos problema na área de energia elétrica. De toda forma, Dilma e o vice-presidente, Michel Temer, são bastante criteriosos e vão procurar errar o mínimo possível. Agora na vice-presidência, o PMDB terá uma responsabilidade ainda maior na governabilidade. Um partido desse tamanho não pode se dar ao luxo de fazer oposição. O PMDB está todo pacificado e Dilma está acertando logo de início."

Lúcia Vânia (PSDB-GO), senadora reeleita
"A presidenta Dilma é muito determinada. Dos presidentes recentes, ela é a que tem maior base política. Por isso, tem todas as condições para fazer reforma tributária e a reforma política. O primeiro gesto dela deveria ser a reforma política. O PSDB sempre foi favorável à reforma e tem o compromisso com o voto distrital, com a fidelidade partidária, o financiamento de campanha e o voto em lista. Essas eleições mostraram a necessidade enorme de uma reforma, não podemos ficar com esse sistema que aí está."

João Almeida (PSDB-BA), deputado
"O maior desafio de Dilma será manter a estabilidade da moeda. Isso implica baixar os juros em consequência de sustentar o crescimento que nós temos aí. Nós estamos numa economia com crescimento inferior à média de todos os países da América Latina, com exceção talvez ao Haiti. De qualquer modo, é um bom patamar de crescimento, um crescimento médio em oito anos de 3,6%. O brasileiro se acostumou a isso. O governo terá que promover isso, ou até promove-lo em escala maior. E, para isso, é preciso combate efetivo à inflação, baixar juros e, o mais grave, promover o corte dos gastos públicos. Ela terá de promover melhor qualidade do gasto público."

Arlindo Chinaglia (PT-SP), deputado reeleito
"O maior desafio de Dilma será manter essa expectativa, no Brasil e no mundo, de um país essencialmente democrático, que está crescendo economicamente com distribuição de renda e jogando outro papel no plano mundial, porque o que acontece em qualquer país está vinculado ao que acontece no resto do planeta. Ela terá de dar continuidade ao governo Lula, de altíssima popularidade, e, ao mesmo tempo, fazer os ajustes que a situação tanto nacional quanto mundial impuserem ao governo brasileiro. Ela vai naturalmente conduzir com esses parâmetros, até porque já ajudou o governo Lula. Até que se prove o contrário, a presidente terá sólida maioria, o que permitirá que o Congresso aprove o que ela propõe e, principalmente, dialogue com o governo e a sociedade para acertar mais."

José Carlos Aleluia (DEM-BA), deputado
"Primeiro, ela terá de ajustar a economia, que está descendo a ladeira. A inflação está fora de controle, o câmbio está destruindo a indústria nacional, os empregos brasileiros estão indo para a China, o Brasil está virando a fazenda e a mina da China. Se nós não mudarmos isso, a nossa indústria será destruída rapidamente. É só perguntar a qualquer industrial e a qualquer trabalhador, não trabalhador de mentirinha como o Lula, mas trabalhador de fato de indústria, para ver que a indústria está perdendo competitividade."

Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), deputado eleito
"Dilma terá de manter o que o presidente Lula construiu, principalmente os avanços nos programas sociais e na educação, mas terá de recuperar a saúde pública, que está em nível de sucateamento. Seu maior desafio será superar as demandas de combate à corrupção, situação que o governo Lula não conseguiu atender. A República veio a ser acometida por sucessivos escândalos, e muitos deles ficaram pelo caminho, sem esclarecimento ou punição. Por falta de instituições capazes, não? A Polícia Federal foi a mais demandada no combate ao crime organizado, mas com descompasso entre a atividade policial e os instrumentos legais disponíveis que não conseguiu implementar no Congresso. A presidente Dilma deve ajudar o Congresso a tirar da gaveta instrumentos de combate à corrupção que domina o cenário nacional, dinheiro que faz falta à educação, à saúde e à segurança pública."

Wellington Dias (PT-PI), senador eleito
"Embora contando com um dos melhores professores de política do país, que é o ex-presidente Lula, certamente Dilma vai precisar de uma equipe e de lideranças no Congresso Nacional para esse trabalho de Parlamento, muito exigente, com a presença de ex-presidentes, ex-governadores, e lideranças destacadas no Brasil que têm uma posição clara. A eleição foi bem disputada e, mais que a outra, teve não só a disputa de um projeto, mas de temas palpitantes. Certamente, a presidente Dilma vai precisar muito de costurar entendimentos para as grandes reformas que o Brasil ainda precisa: a política e a tributária. Agora mesmo temos a regulamentação do pré-sal e uma conjuntura internacional muito complexa. Tenho a visão de que os efeitos da crise internacional ainda vão chegar muito forte no ano de 2011 no Brasil. Tudo isso é desafiador, e estaremos aqui a colaborar."

Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), deputado
"O maior desafio da presidente Dilma será garantir o bom andamento da economia e realizar as reformas, sobretudo, a política. A reforma política foi feita pela metade pelo atual Congresso. Todos viram de perto a importância que a sociedade deu à Lei da Ficha Limpa. Precisamos discutir o voto distrital misto para readequar a relação entre o eleitor e o eleito. Há um desencanto com a política. A reforma vai acontecer porque o ambiente já está criado. O PMDB tem esse compromisso."

Marta Suplicy (PT-SP), senadora eleita
"Ela vai ter uma queda de aprovação, claro, tem que ter. Você conhece alguém no mundo que tenha isso (87% de popularidade)? Acho que ela está preparada. No começo sempre tem uma coisa assim. Depois ela vai conquistar de novo, isso faz parte do processo."

Um legado deixado por Lula . Os gastos da classe C com produtos e serviços cresceram 6,8 vezes entre 2002 e 2010


Neste ano, a classe C (integrada por pessoas cuja renda domiciliar varia entre R$ 1.530 e R$ 5.100) gastou R$ 864 bilhões com o consumo, ao passo que as classes A e B desembolsaram, juntas, R$ 909 bilhões.Com isso, a classe C, que em 2002 respondia por 25,8% dos gastos dos brasileiros, hoje responde por 41,35% e é, isoladamente, a que mais consome no Brasil.Já as classes A e B, que há oito anos eram responsáveis por 58,1% das despesas, agora respondem por 42,9%. Apesar disso, os gastos nessa faixa social cresceram três vezes no período.As classes D e E, que passaram a consumir 4,2 vezes mais nos últimos oito anos, mantiveram a sua participação, sendo responsáveis por 15,7% dos gastos totais dos brasileiros.

Principal mercado
“A classe C deixou de ser vista como segmento de mercado e fecha 2010 como o verdadeiro mercado brasileiro”, diz à BBC Brasil Renato Meirelles, diretor do Data Popular, instituto de pesquisas focado nas classes C, D e E.Segundo Meirelles, o crescimento do consumo na classe C, também chamada de “nova classe média”, tem três explicações: o grupo social inchou no período, passando a englobar 50,5% dos brasileiros, segundo a Fundação Getúlio Vargas, seus rendimentos médios aumentaram, e também cresceu a oferta de crédito a seus integrantes.Como resultado do maior peso da classe C, as empresas estão sendo obrigadas a produzir itens de maior qualidade e melhor relação custo-benefício.

Educação
Orçamento Familiar POF) do IBGE, revela também que os gastos dos brasileiros com educação cresceram 4,4vezes nos últimos oito anos.O maior crescimento, de 8,6 vezes, também ocorreu na classe C. Ainda assim, os gastos do grupo nesse campo (R$ 15,7 bilhões) seguem distantes dos investimentos somados das classes A e B (R$ 34,4 bilhões).

Utensílios doméstico
Os gastos com móveis, eletrodomésticos e utensílios domésticos foram os que mais cresceram em relação aos gastos totais dos brasileiros: passaram de 22,8%, em 2002, para 32,18%, em 2010.Nesse setor,a classe C já gasta mais do que as classes A e B: a "nova classe média" deverá encerrar 2010 com 45% das despesas com esses produtos, enquanto os mais ricos responderão por 37%.

A porcentagem de domicílios com computador passou de 14%, em 2002, para 34%, em 2009.Na classe C, 13% das casas contavam com um computador em 2002; em 2009, eram 52%.Nas classes D e E, a presença do item subiu, respectivamente, de 1% para 15% e de 1% para 6%.

Logo Olimpiadas 2016 X Dança de Matisse

Começamos o ano com um ótimo tema para debater, no reveillon de Copacabana o ponto alto foi apresentação da logo-marca dos jogos olímpicos, depois de exaustivas triagens para escolha do melhor logo. Cerca de 40 agencias disputaram a escolha em que só sobraram 4 finalistas para a noite de Ano Novo.A vencedora foi a Tátil Design criadora da logo das Olimpíadas Rio 2016 em processo de criação que contou com a participação de 40 pessoas,segundo a própria agencia .Agora uma polemica foi levantada de possível plágio da obra “A Dança”, de Matisse. Será? Compare!

A pintura do francês Henri Matisse (1869-1954) foi usada como inspiração para a marca da entidade filantrópica norte-americana Telluride Foundation .
Em 2004, de forma grosseira, foi utilizada para divulgar o carnaval baiano e, agora, observa-se a semelhança com a marca dos Jogos de 2016.

1/02/2011

O ponto alto do coquetel oferecido à presidente Dilma Rousseff no Palácio do Itamaraty foi a reunião de 11 mulheres que estiveram presas durante a época da ditadura no Presídio Tiradentes, em São Paulo. "Quem poderia imaginar que estaríamos juntas outras vez? Nunca pensamos nisso", disse, aos prantos, a presidente.Dilma também tirou fotos com outros presos políticos da época. A presidente posou ainda para os fotógrafos ao lado do primeiro marido.

A Mulher do Vice


No dia em que o Brasil ganha sua primeira mulher presidente, uma outra representante do sexo feminino que sequer pode fazer discurso roubou a cena entre os internautas. Desde o momento em que apareceu no palácio do Planalto ao lado do marido, o vice-presidente Michel Temer, o nome de Marcela Tedeschi Araujo Temer figura entre os termos mais citados do Twitter mundial. No início da noite, o nome de Dilma Rousseff já havia saído da lista.Marcela, 27, é 42 anos mais nova que Temer. Entre os comentários sobre ela no microblog, houve quem a elogiasse pela beleza e quem brincasse com a diferença de idade em relação ao marido. “Quando eu vi a Marcela Temer, pensei: legal, a Dilma levou a filha e o Michel a neta! Eu sou muito ingênua mesmo”, comentou uma internauta. “O Brasil não tem Carla Bruni, mas temos Marcela Temer”, disse outra. Alguns chegam a pedir que ela pose para revistas masculinas e outros brincam: “Marcela Temer para presidente!”.
Para receber as centenas de convidados no salão nobre do Palácio do Planalto, que assistiram ao discurso da presidente Dilma Rousseff e à passagem da faixa presidencial, o cerimonial do Itamaraty – responsável por organizar a solenidade disponibilizou cadeiras de plástico com nomes de autoridades

convidados: “familiares do ministro da Saúde”, entre outros, eram exemplos do que estava escrito nos escostos dos assentos.Conforme ministros, deputados, senadores e outras personalidades chegavam ao salão, no entanto, os papeis iam desaparecendo misteriosamente. E as pessoas precisaram se acomodar como podiam. Resultado: nem sempre o cargo garante um lugar ao sol, pelo menos não na cerimônia deste sábado.

Tropa de Elite



Para quem ainda acredita que nada vai mudar no papel dos gêneros na sociedade apesar da eleição inédita de uma mulher a presidência da República, uma informação: as transformações são reais e ficaram evidentes na posse do dia em Brasília.À frente do Rolls Royce onde estava Dilma Rousseff, seis batedoras da Polícia Rodoviária Federal e seis agentes da Policia Federal, escolhidas pela experiência e habilidade, escoltaram a nova presidenta do Brasil.Os policiais motociclistas dirigem uma Harley-Davidson de 1780 cilindradas, uma indicação de alta potência do motor capaz de desenvolver 220 km/h. A máquina pesa 325 kg. Se tombar, nem homem levanta. Só com ajuda. O treinamento requer habilidade para manter o equilíbrio em baixa velocidade – algo muito mais difícil do que correr –, andar na chuva sem derrapar e saber cair. Já pensou 325 kg em cima da perna? Pois é. Não é à toa que esse é o momento mais tenso do curso.De uniforme operacional, capacete, coldre com arma numa coxa, carregadores na outra, elas também levam na discreta bolsinha preta atada ao cinto batom, protetor solar, absorvente e usam, sim, o retrovisor para retocar a maquiagem quando estão paradas. Por que não?

Outras seis agentes femininas da PF, fizeram a segurança aproximada do carro presidencial, acompanhando o cortejo a pé, conforme a velocidade do Rolls Royce, num percurso de aproximadamente 1,3 km. Esse time, treinado em defesa pessoal, tiro, investigação, imobilização, entre outras qualificações, é o mesmo que fez a segurança de Dilma Rousseff durante a campanha e, a pedido da presidente eleita, foi mantido para a posse.

As moças, cujas idades variam de 30 a 47 anos, caíram nas graças da nova mandatária do país pela competência e seriedade. Avessas à exposição pessoal, agora sabem que não tem jeito. Viraram alvo de reportagens e já são até paradas na rua, numa demonstração prática, ainda que não científica, da influência que a eleição de Dilma - e o consequente destaque dado a mulheres em várias profissões - pode exercer no debate sobre o papel de homens e mulheres na sociedade.