10/19/2008

Venda de bebida alcoólica cresce mais do que alimentos

A venda de bebidas alcóolicas cresceu no acumulado deste ano (janeiro a agosto) enquanto a de alimentos básicos apresentou queda, segundo pesquisa realizada pela Nielsen. O preço, na contramão, caiu entre as alcóolicas e subiu nos alimentos.Em volume, os brasileiros compraram 4,3% mais bebidas alcóolicas neste ano do que no ano passado. O preço, em média, caiu 0,5%.Já os alimentos da chamada mercearia salgada, que inclui itens da cesta básica, tiveram queda de 0,9% em volume vendido. Os preços, no entanto, subiram 8,6%, em média.Venda de cerveja cresceu 5,2% no país de janeiro a agosto e, de aguardente, 4,7% As bebidas, segundo o Filipe Aboláfio, coordenador de pesquisas especiais da Nielsen, foram as responsáveis por uma média positiva de venda no varejo, ainda que perto da estabilidade, de 0,3%, na comparação com 2007."A estabilidade da economia, até então, impulsionou as marcas de baixo custo e os preços menores aqueceram as vendas. Com o aumento da renda, o brasileiro também vem acrescentando itens em seu consumo", afirmou.Para os próximos meses, os preços e a demanda podem sofrer variações dependendo dos impactos da crise financeira global na economia real. Ainda não há previsões ou estimativas.Para Aboláfio, os alimentos, embora tenham registrado altas expressivas, não apresentaram recuo proporcional no consumo por se tratar de itens básicos na mesa do brasileiro.O consultor de varejo Marco Quintarelli, da Quintarelli Solutions, afirmou que o brasileiro tem alterado seus hábitos de consumo incluindo itens que antes considerava supérfluos. "Os consumidores também têm buscado itens mais práticos e alimentos semi-prontos", afirmouA pesquisa apura a venda dos itens em supermercados, lojas de conveniência, bares e restaurantes (no caso das bebidas) e padarias e armazéns (para os alimentos).Baixo custoAboláfio afirmou ainda que, entre as bebidas alcoólicas que mais ampliaram participação de mercado, 74% são considerados "low cost", ou de baixo custo, o maior índice entre os segmentos analisados.Para o coordenador da pesquisa, isso indica a preocupação das empresas em atender ao novo cliente. "Tem mais consumidores de classe c ou D entrando nesse mercado e puxando o crescimento do varejo", afirmou. Aboláfio ressaltou que isso já vem ocorrendo, e que neste ficou mais patente.Não-alcoólicasAlém das alcoólicas, as bebidas não-alcoólicas, como refrigerantes, águas e sucos, também ajudaram a puxar as vendas no varejo. O segmento registrou alta de 2,8% em volume vendido de janeiro a agosto deste em relação ao mesmo período de 2007, enquanto os preços recuaram 1,4%, na mesma comparação.Entre as não-alcoólicas, os destaques foram as bebidas à base de soja, que aumentaram o volume de vendas em 18,6%, as bebidas energéticas, com 18%, e os sucos prontos, com 3,2% de aumento em volume. Todos os produtos da cesta de não-alcoólicas tiveram recuo nos preços em relação a 2007. O preço da água mineral retraiu 7,6%, e o do suco concentrado 9,7%.As bebidas alcoólicas são as que mais pesam em faturamento nas cestas totais, com 21,2%, seguidas pela mercearia doce (16,8%), bebidas não-alcoólicas (14,6%), higiene e beleza (12,9%) e mercearia salgada (11,3%).

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