3/15/2007


A democracia nos proporciona espetáculos grandiosos e é assim que defino o discurso do ex-presidente Collor na tribuna do senado nesta quinta-feira, "Os episódios que aqui vou rememorar obrigaram-me a padecer calado e causaram mossas na minha alma e cicatrizes no meu coração. Fui acusado sem provas, insultado e humilhado durante meses a fio. Tive minha condenação antes mesmo de qualquer julgamento. (...) Hoje, passados 17 anos de minha posse na Presidência da República, volto à atividade política integrando esta augusta Casa, a mesma que a interrompeu por decisão dos ilustres membros que a compunham", com essa fala o Senador Fernando Collor de Mello deu inicio a um momento histórico da republica. O plenário do Senado, com 63 dos 81 parlamentares presentes, parou para ouvir as palavras do ex-presidente. Em um discurso longo mais não cansativo que durou quase quatro horas, Collor afirmou que, a partir de agora, quer "inumar" o que aconteceu na sua queda do Palácio do Planalto. "Não vim lastimar o passado. Vim para sepultar de vez essa dolorosa lembrança”, disse, exata 17 anos depois de ter tomado posse como presidente da República. A manifestação dos senadores foi extremante positiva com elogios de quase todos, e concordaram que houve excessos no episodio da cassação do ex-presidente. Collor detalhou muitos momentos da CPI que resultou em seu impeachment, e criticou alguns procedimentos daquela comissão. "A crônica do processo contra mim intentado foi, como provarei uma litania de abusos e preconceitos, uma sucessão de ultrajes e um acúmulo de violações das mais comezinhas normas legais". Se havia atos por mim praticados que, mesmo em tese, pudessem caracterizar crimes de responsabilidade ou crimes funcionais, por que não apontá-los, por que não indicá-los e porque não levá-los ao Ministério Público, titular da ação penal? “Esta demonstração patente de imprudência, contudo, foi apenas o começo da série interminável de excessos cometidos ao arrepio da lei, à margem do Direito e contra a letra e o espírito da Constituição”. Alternando choro e voz grave, Collor sustentou ainda que foi "vítima de vingança política e de desforra particular". Numa espécie de mea culpa, Collor disse que um de seus grandes erros foi "não ter tido relação adequada com o Congresso". Collor diz que no sistema presidencialista, o presidente tem de ser um líder político. "Fiquei mais na administração", afirmou. O que me chamou a atenção foi à manifestação do Senador Wellington Salgado de Minas Gerais, disse que a historia do ex-presidente não acaba aqui, e ele quer estar vivo para ver onde o senador Collor vai chegar, pois vê no senador um grande líder que ainda pode contribuir muito com o país. Na verdade o presidente Collor é uma referencia para nossa geração de políticos ainda que muitos não admitam isso, naquela época quando despontou como o caçador de marajás acreditávamos na jovialidade e na liderança de um grande estadista, em um político destemido que depois acabou sendo traído pela confiança excessiva.Ainda lembro muito bem de um comício aqui em Sorocaba na praça coronel Fernando Prestes, onde sua postura firme e eloqüência no discurso contagiava todos,ali ouvindo o então candidato a presidência da republica decide votar no candidato que representava minhas aspirações para um Brasil melhor. No final disse que aprendeu com seu pai que ‘’Quem não tem coragem de virar a pagina não tem direito de abrir o livro’’ Acho que a partir de hoje começa uma nova história política para o ex-presidente Collor

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